Vocês conhecem o caminho?

Vocês conhecem o caminho?

Este é o nosso título e também uma boa pergunta para se avaliar em meio à caminhada.

Texto base: João 14:1-6

“Não deixem que seu coração fique aflito. Creiam em Deus; creiam também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar lugar para vocês e, quando tudo estiver pronto, virei buscá-los, para que estejam sempre comigo, onde eu estiver. Vocês conhecem o caminho para onde vou.” “Não sabemos para onde o Senhor vai”, disse Tomé. “Como podemos conhecer o caminho?” Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode vir ao Pai senão por mim."

Ideia central: Vendo que seus discípulos estavam muito angustiados, Jesus os esclarece e os consola. Em muitos momentos de nossas vidas, nós precisamos apenas de esclarecimento e consolo. Tal como aqueles discípulos, por vezes ficamos perturbados e abatidos por conta de pequenos detalhes circunstanciais. Como diz um certo cantor de MPB, vemos por baixo da obra do tecelão e não achamos lógica nos cruzamentos e voltas das linhas e cores, pois ainda não olhamos por cima a bela obra de tapeçaria.

E é justamente isso que Jesus descortina perante seus vacilantes discípulos. Eles não estavam enxergando o grande propósito de Deus em suas vidas e no mundo. Eles precisavam de esclarecimento e consolo. Eles ainda não tinham entendido qual o caminho verdadeiro a seguir.

A fé cristã é transformadora, pois não se baseia em palavras frias, mas em uma palavra viva! Jesus não é apenas um exemplo, ele é o caminho, a verdade e a própria vida.

Introdução: O evangelho de João, como bem sabemos, possui uma teologia e uma estrutura distintas em relação aos outros evangelhos. Considerando a divisão sugerida pelo teólogo D. A. Carson, nosso texto está localizado na

quarta parte, a penúltima do livro, que trata da auto-revelação na cruz e da exaltação de Jesus. Esta seção abrange desde a última ceia, com o prenúncio da sua traição, até a ressurreição, incluindo a manifestação física de Jesus perante o incrédulo Tomé.

Tomé é um personagem peculiar que figura de forma especial em ao menos duas ocasiões-chave no evangelho de João. Apesar de suas reações suspeitas, no texto que meditamos, João resolve dar um destaque especial à sua fala, o que nos serve muito bem para trazer ainda mais clareza sobre a pessoa e obra de Jesus. Como bem avaliou certo pregador, teríamos um grande prejuízo se este discípulo tivesse entendido de primeira e não tivesse questionado. Mas é a partir de sua indagação que temos acesso a uma das palavras mais maravilhosas das escrituras.

O nosso texto apresenta-se com o claro objetivo de consolar, encorajar e esclarecer tanto aqueles mazelados do passado quanto os ansiosos e abatidos do presente. De uma perspectiva humana, o clima estava nebuloso, angustiante e deprimente. Jesus estava seguindo no corredor da morte e logo seria pendurado naquela cruz. Neste cenário, aquele que deveria ser consolado é quem consola. Jesus diz: "Não deixem que os seus corações se turbem, se angustiem, ou se entristeçam."

Este é o tipo de fala que até irrita muita gente: "Como não? Como assim, alguém escolhe se angustiar?" E realmente, estes são sentimentos involuntários que tomam nosso coração e tentam nos controlar. Embora isso seja verdade, Jesus não é incompreensível; pelo contrário, ele entendia muito bem o que estava se passando e é por isso que ele nos chama a contrariar estes sentimentos, dizendo: "Não permitam que seus corações sejam turbados." Este é o imperativo.

Como contrariar algo tão forte? poderíamos ainda questionar, mas Jesus nos apresenta uma forma bem objetiva. Enquanto as angústias da vida são alimentadas pela incredulidade, a coragem e a perseverança se apoiam na fé. Assim, ele diz:

"Creiam em Deus; creiam também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar um lugar para vocês e, quando tudo estiver pronto, virei

buscá-los, para que estejam sempre comigo, onde eu estiver. Vocês conhecem o caminho para onde vou." (João 14:2-4).

E é neste momento que vemos o nosso amigo Tomé, meio perdido, perguntando:

"Não sabemos para onde o Senhor vai." "Como podemos conhecer o caminho?" (João 14:5)

Tomé, até aquele momento, não estava certo sobre o destino e nem mesmo o rumo para alcançá-lo. Diante disso, a resposta de Jesus aponta contundentemente para o centro da religião cristã, pois só há um único caminho. Jesus então diz:

"Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode vir ao Pai senão por mim." (João 14:6)

Com este pano de fundo em mente, precisamos esclarecer três pontos cruciais sobre quem é Jesus.

1.
Caminho - Do grego Hodos / δς

Jesus é o caminho, uma rota específica, o meio adequado pelo qual se progride rumo a Deus. Nele vivemos, e nos movemos, e existimos (Atos 17:28-30). Como as sementes jogadas entre os espinhos, muitas vezes somos sufocados pelas preocupações com as coisas desta vida ou pela ilusão das riquezas e seguimos por caminhos ermos, perdidos como ovelhas sem pastor. Carecemos de um caminho real, carecemos de Jesus.

2.
Verdade - Do grego Aletheia / λθεια

Jesus é a verdade. A verdade pressupõe conteúdo, a palavra fiel de Deus, o verbo que se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. Ele é a palavra verdadeira e definitiva da parte de Deus. Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Ou seja, o verdadeiro conteúdo da lei, a essência veio de Jesus Cristo (João 1:17). O coração humano está cheio de ilusões e vontades, mas precisamos conhecer a verdade real, precisamos conhecer Jesus.

3. Vida - Do grego Zoe / ζωή

Que o ser humano se tornasse uma alma viva, esse foi o propósito primordial da criação. A partir do sopro de Deus, o homem se transformou uma alma vigorosa, ativa, que responde e corresponde aos estímulos divinos, agindo como seu representante no mundo, demonstrando vitalidade. A lei que Deus promulgou tinha o propósito de preservar a vida, conforme afirma Deuteronômio 6:24. De outra forma, a morte torna-se a companheira daqueles que se desviaram do caminho; essa era a promessa ao comer o fruto proibido. A morte é a prosélita dos ímpios e desobedientes em sua jornada. Carecemos da vida verdadeira, e Jesus é vida, a vida estava nele e a vida era a luz dos homens (João 1:4).

JESUS É O CAMINHO VERDADEIRO DA VIDA. Tomé, assim como nós, precisava dessas palavras eternas. Carecemos de esclarecimento e de um consolo real e perene. Isso é o que chamo de teologia da vida real, pois uma infinidade de bobagens tem inundado o mundo, coisas fofinhas de contos de fadas com aparência de boa intenção, mas já temos evidências suficientes da fragilidade delas. Quando estamos no sufoco, diante das tragédias da vida, todas elas fracassam. Mas as escrituras nos revelam o Evangelho como o poder de Deus em nossas vidas, ele é a obra final e definitiva de Deus em nosso favor. As boas-novas, o Evangelho, revela como Deus nos declara justos diante dele, o que, do começo ao fim, é algo que se dá pela fé. Como dizem as Escrituras: “O justo viverá pela fé” (Romanos 1:17).

Quando falamos de viver, poderíamos pensar em tantos aspectos que contribuem para a manutenção da nossa existência, mas há um aspecto, ou melhor dizendo, um anseio que, embora muitas vezes negligenciado, sobressai em relação a todos os outros. Deus nos criou almas viventes (Gênesis 2:7), colocou a eternidade no coração do homem (Eclesiastes 3:11-12) e por isso, nada neste mundo poderá nos satisfazer plenamente, tão somente Deus. Assim, uma pessoa vive, não apenas pelo que come, bebe ou faz, mas por meio daquilo que procede da boca de Deus.

É por isso que o Evangelho bíblico lida honestamente com a vida real, pois é nele que sabemos que no mundo teremos aflições (João 16:33), mas também é nele que suportaremos cada uma delas e, por fim, é nele que alcançaremos

as promessas infalíveis do céu. Assim chegaremos ao nosso destino glorioso. O nosso destino, daqueles que resolveram perseverar na caminhada da verdade, é a presença definitiva de Deus. Pois, se neste mundo experimentamos alguns poucos lampejos de graça e glória, imagine na eterna presença do Senhor, em que ele enxugará todas as nossas lágrimas (Apocalipse 21:4).

Isso é paz, a grande e perfeita paz gerada pela convicção de pés que seguem pelo caminho da verdade e da vida.

Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. (Romanos 5:1-2)

Hoje você tem uma grande oportunidade de trilhar um novo e vivo caminho, mas para isso você precisa abandonar o seu mau caminho, a sua mentira e a sua vida desprovida de graça. Você precisa ir, não a mim, não a uma igreja específica, mas a Jesus.

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