Trabalho inútil

Na literatura sapiencial do antigo Oriente Médio, havia um estilo de composição que poderíamos denominar “literatura pessimista” que era usada para a produção de textos antigos. Este estilo é encontrado em ao menos um livro da Bíblia, o de Eclesiastes. Embora o texto de Salomão seja identificado com este estilo, esta obra se diferencia de suas concorrentes seculares, por considerar o que eu chamo de “vislumbres de esperança”


Alguns estudiosos defendem que o livro objetiva trazer mais sobriedade às pessoas, assim, considerando as controvérsias, dificuldades e tristezas da vida, bem como a necessidade de ter fé, atentar para Deus e sua lei e nele colocar a sua esperança.  


Ao avaliar a vida debaixo do sol, ou seja, na terra, ele se desmotiva e reconhece a limitação humana para compreender os os planos e os mistérios de Deus e minha justificativa é que o escritor estava situado em uma posição histórica que o impossibilitou de ver o quadro completo dos planos de Deus. 


No final da jornada de vida do grande rei Salomão, vemos que ele avalia sua trajetória e pondera sobre o que realmente valeu a pena. Em Eclesiastes 2.11, ele diz que, ao olhar para tudo pelo qual havia se esforçado tanto para realizar, percebeu que nada fazia sentido; era como correr atrás do vento. Não havia nada que valesse a pena debaixo do sol.


Esse relato reflete muito da nossa vivência atual. Corremos atrás do mundo, tentando abraçá-lo, mas frequentemente nos frustramos diante de nossa pequenez e impotência. Em muitos momentos, sentimos confusão e incerteza sobre nosso caminho e propósito. Nem sempre as coisas acontecem como planejamos. Enxergamos as injustiças com desconfiança, tanto em nossa própria vida quanto na dos outros. Tudo isso pode nos levar a questionar se algo realmente vale a pena, se faz sentido, e até mesmo se devemos continuar.


"Corremos para sobreviver, mas acabamos não vivendo para aquilo que realmente fomos chamados."


Eclesiastes tem está aspecto pessimista, mas por ser revelação de Deus, também nos aponta aspectos da eternidade. Em Eclesiastes 12.1 o autor diz: Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento (...)


Quando olhamos apenas para os cuidados da vida, nos tornamos como aquelas sementes jogadas entre os espinhos, representa a pessoa que ouve a mensagem a respeito do reino mas é sufocada pelas preocupações com as coisas desta vida e pela ilusão das riquezas. (Mateus 13.22)


Nesse sentido, os Salmos 127 e 23 nos apontam uma realidade gloriosa, pois muitos de nós estamos construindo nossos empreendimentos particulares sem considerar a glória de Deus. E sem Deus nada faz sentido.


A respeito disso o Salmista ainda nos diz o seguinte: "Se o Senhor não constrói a casa, o trabalho dos construtores é vão. Se o Senhor não protege a cidade, de nada adianta guardá-la com sentinelas. É inútil trabalhar tanto, desde a madrugada até tarde da noite, e se preocupar em conseguir o alimento, pois Deus cuida de seus amados enquanto dormem." (Salmos 127:1-2)


Deus cuida dos seus amados, e podemos presumir que aqueles que confiam em Seu cuidado estarão satisfeitos, pois o Senhor é o grande pastor e nada faltará aos que n'Ele confiam (Salmo 23:1).


Descanse em Deus, pois o trabalho feito no Senhor não é em vão (1 Coríntios 15:58).


Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. João 15.5


"A não ser que a glória de Deus flua através de ti, todo o teu trabalho e esforço é inútil, sem sentido algum"


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